quarta-feira, 24 de abril de 2013

Exposição do artista Sebastião Salgado no CEU Pimentas


“Os retratos de Salgado ofereceram um retrato múltiplo da dor humana. São de uma franqueza brutal essas imagens de fome e de pena, e, no entanto tem respeito e pudor. Nada ver com o turismo da miséria”. Eduardo Galeano

Em uma de nossas aulas tivemos contato com a obra de Sebastião Salgado, um artista que retrata em suas fotografias sentimentos a flor da pele, captura sombras e tons, a partir de sua proposta de fotografar em preto e branco. Afinal, o que é importante quando não se utiliza de artifícios chamativos de tons que gritam entoando os destaques da tela? Tudo! Ele possibilita que com a sua técnica se preste atenção em todos os detalhes e no seu olhar.
O artista tem uma preocupação social que se evidencia em suas obras. 

“A minha grande esperança é que a gente vá em direção a um modelo de agricultura familiar. Milhões de pessoas participando do sistema produtivo recebendo, renda desse sistema, sendo integradas como cidadãos no sistema de mercado e que passem a consumir educação, saúde, cultura e bens de consumo.” Sebastião Salgado

A Exposição que a nossa turma montou tinha como tema as obras relacionadas a Terra e foi a partir desta proposta que montamos estratégias de monitoria (percurso e monitoria por pequenos grupos). Como a maior parte das pessoas da nossa equipe participaram do percurso, retrataremos um pouco da experiência vivenciada. 
Depois de analisarmos as fotografias e de escolhermos as fotos conjuntamente, decidimos por realizarmos uma dinâmica envolvendo tato e olfato e como recurso utilizamos a argila e a camomila, pedimos para os participantes da monitoria fechassem os olhos e sentissem o que tinham em suas mãos, podendo propiciar uma sensação que abarcasse todo o sentimento da Exposição.

Por fim, deixamos com cada um dos participantes uma frase do próprio Sebastião Salgado, que define o seu trabalho:

"Desejo que cada pessoa que entre numa das minhas exposições seja, ao sair uma 

pessoa diferente."

Indicamos alguns vídeos para que você sinta e perceba um pouco mais da obra de Sebastião Salgado e dos temas por ele abordado:




Para saber um pouco mais sobre a Exposição e poder conferir as fotos tiradas ao longo da monitoria, segue o link do facebook:


# fazendoarte- Por vocês

Agora é com vocês!

Vamos publicar o que vocês, leitores nos enviam....

Desenho enviado por Jair Diniz, para conhecer um pouco mais de seus desenhos, acesse o blog: www.jairdinizdesenhos.blogspot.com.br

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Fotografias enviadas por Cristiane Peixoto, juntamente com o seu depoimento sobre seu processo criativo:

"Não sou profissional no assunto... Porém me interesso pela Arte, pela liberdade e olhar do criador.
Interesse despertado pelas minhas aulas escolares... Minhas aulas de Educação Artística eram "conectadas" com as aulas de história, essa integração ampliava nossa visão e correlacionava com a época histórica estuda ao mesmo tempo. Foi assim que a curiosidade e interesse pela História da Arte afloraram... Sou apenas uma curiosa no assunto.
Hoje acho que ando "fazendo arte", de forma amadora. Sou apaixonada por fotografia, e a cada dia aumenta a vontade de sair para apenas fotografar e tento refletir nas imagens capturadas sentimentos e momentos que estou vivendo, acho até que algumas consigo expressar poesia, sei que muitas vezes esses significados só eu mesmo entendo, essa liberdade basta!"



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Depoimento sobre o processo de criação em suas composições, enviado por João Bernardo:


Vídeo de sua música: "Queria me enjoar de você".

"Sou compositor, tenho obsessão por compor, escrever, tudo isso desde criança... Sou sobrevivente do nosso sistema educacional que não estimula a criatividade. Os artistas não podem ser domesticados. E se um artista quiser domesticar a sua criação, ele deixa de ser artista e vira um burocrata. Meu modo de compor é por colagem, acúmulo e descarte... parece meio confuso... e é! Vou anotando frases a qualquer momento, frases que me vêm à cabeça, que escuto e reescrevo ao meu modo. Anotava num papel qualquer onde estivesse. Hoje uso o IPhone! Vou acumulando esse material. Quando me vem alguma frase melódica, pego o violão, minhas anotações e começo a música, que geralmente sai em 20/30 minutos. Nos dias seguintes fico cantando a música o tempo todo na maior alegria e ela ainda vai se modificando um pouquinho, se arredondando através do meu canto. Geralmente é assim que funciona, mas já compus de tudo quanto é jeito. No caso da música Queria me enjoar de você, ela nasceu de uma música que adoro de um compositor que amo, Burt Bacharat, "Raindrops keep falling on my head". A levada da minha música e o jeito da melodia foram diretamente influenciados pela outra. A partir disso, nasceram os primeiros versos. Lembra, que no primeiro toque, deu choque. Ficou fácil depois que defini do que se tratava a letra. Aí flui em velocidade.. Faltava pra mim ainda alguma coisa, um lugar onde a música desaguasse, ou melhor, decolasse, porque a melodia estava pedindo um movimento ascendente, para cima, mais explosivo, se me explico bem. Daí lembrei de um pedaço de música minha que já existia a tempos, e ele se encaixou como uma luva, a tal da colagem que disse linhas acima. É a parte que diz "voltando da sua casa ontem reparei que eu tinha ficado lá".... Ai eu entendi que a música estava pronta. É importante saber parar. Senão desanda tudo. Outra coisa importante, aliás, duas: Uma é não ter medo do ridículo, deixar fluir sem medo, sem julgamentos. A outra coisa é não ter apego ao que se esta criando durante o processo. Já eliminei durante o feitio das minhas músicas várias ideias que eram boas, mas que a meu ver não cabiam alí. O truque no meu caso é descartar logo essa ideia, antes que ela queira ficar!"

Para conhecer mais:





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Esperamos sua contribuição e agradecemos aos leitores que enriqueceram o nosso blog com sua Arte!

# fazendoarte - Arte da Quinta

Algumas produções da equipe, realizadas individualmente...
Desenhando com o lado direito do cérebro
Desenhos com manchas de guachê

Aquarela


Nanquim

Nanquim
Nanquim

Nanquim

Sombras

Canetinha

Modelagem com massinha

Aquarela

Manchas

Giz Pastel

Estampa

Nanquim

Nanquim

Manchas

Sombras


Algumas sensações enquanto produzimos...


SOMBRA
Uma coisa tão presente quando somos crianças e que, conforme crescemos vamos nos esquecendo disso. Uma coisa tão cotidiana e ao mesmo tempo tão misteriosa e interessante para crianças. Um exemplo disso é um episódio do desenho "Peter Pan", em que Peter perde sua sombra, corre atrás dela e tem de costurá-la aos seus pés para que ela volte ao seu devido lugar.
A sombra é tão presente e tão desapercebida. Mesmo sem lanterna, a encontramos. Não precisamos "causá-la", apenas procurá-la. Há sombra quando há luz.

DESENHANDO COM O LADO DIREITO DO CÉREBRO
Quando desenhei com o lado direito do cérebro, senti um estranhamento, uma liberdade. A espontaneidade que só se conhece na infância, vem a tona nesse exercício, em que você não se preocupa com o resultado final, apenas com o processo criativo.

GIZ PASTEL
A sensação de se trabalhar com giz pastel é a mesma do giz de cera: gosto de infância.

NANQUIM
A experiência de deixar uma gota cair num papel molhado, e deixar o desenho se formar, ou até mesmo guiar esta mancha com um pincel molhado, faz com que percamos o controle e logo depois percebemos que o único limite que se tem para a gota é a água, sua barreira, assim como trabalhar com AQUARELA....
Mas neste caso deixamos as partes se misturarem, percebemos o transparente e sentimos toda a leveza do que se formou.


Aula de Artes - experiências vividas


Depoimento de uma das integrantes do grupo e apoiada pelos demais, acreditamos que o ensino de Artes foi um processo muitas vezes desinteressante no Ensino Fundamental, mas isso pode mudar, com a ajuda de arte-educadores engajados, como o nosso entrevistado e com nossas trocas de experiências.
A definição abaixo nos define antes de iniciarmos nossa disciplina de Processos de Criação, mas agora encerramos esta disciplina com um novo olhar, para além do que vivenciamos e sim como gostaríamos de ser, como pensarmos nossas futuras aulas.

Fazer diferente, a partir destas novas experiências!

"Ao iniciar os estudos e experimentações artísticas em aulas ministradas pela Profª Drª Betania Libaneo, percebi que todos podemos criar, consegui me livrar das amarras deixadas pela escola, onde tudo o que se queria eram quadros e desenhos perfeitos, além de necessariamente existir um sentido para todas as pessoas que observassem a criação, ou seja, desenhávamos o que os outros queriam ver e não o que gostaríamos de fazer.
As aulas me ensinaram a usar técnicas nunca testadas por mim no ensino regular, trabalhar com produções abstratas para quem foi condicionado a desenhar casinhas, não é um processo fácil, pois tendemos a querer a perfeição e a lógica.
Por isso fazer parte desta disciplina me ajudou a criar sem medo de repreensão, a arte é uma forma livre de se expressar, protestar se defender, é preciso usar da sua liberdade, distanciar-se da realidade, mas ao mesmo tempo poder levá-la com você em suas produções."


Contem suas experiências!

Entrevista com o arte-educador Claudinei Monteiro Guimarães


Esta entrevista tem como objetivo entender um pouco do processo de criação do arte-educador Claudinei Monteiro Guimarães, buscando compreender suas inspirações e conhecer um pouco de sua obra.
O Artista Claudinei e uma de suas telas.
AQ:  Com qual tipo de Arte você trabalha?
CMG: Artes Visuais (desenho, pintura, fotografia,objeto). 

AQ: Quais materiais você mais utiliza em suas obras?
CMG: Tinta (esmalte sintético e spray).

AQ: Você poderia dizer quando percebeu que estava criando pela primeira vez?
CMG: Desde criança o interesse pela arte foi grande, então foi quando fiz um curso de pintura aos 15 anos, e comecei a me interessar mais pela arte. Sendo assim, percebi realmente que estava criando quando já estava na faculdade de Artes e comecei a desenvolver uma poética pessoal baseada no orgânico e concreto, ou seja, nessas duas forças que se misturam dando inicio ao conflito entre prédios e árvores.

AQ: Você se inspira em algum artista em especial. Poderia explicar as relações entre a sua produção e o seu artista preferido?
CMG: Gosto muito do Salvador Dali, minhas obras são em sua maioria surreais.

AQ: Como artista plástico e professor, quais relações você compreende entre as Artes e a Educação?
CMG: Através das artes o educando compreende outras culturas e aprende a ver de outra maneira as coisas que no mundo há. Assim como a importância de visitas em museus e galerias de artes.

AQ: Como você percebe que a Escola recebe a Arte e que tipo de trocas e contribuições ela pode trazer?
CMG: Há um diálogo bem favorável na escola que eu trabalho, pena que não são todas as instituições tem a mesma visão.

AQ:  Poderia elencar algumas de suas obras mais significativas para você, qual foi o processo de criação, qual material utilizado e se foi realizado para algum evento em especial.
CMG :Esse trabalho foi realizado em 2010, feito especialmente para minha primeira exposição individual (Intervenções). Se trata de um diálogo entre a natureza e o homem (prédios e árvores), esse projeto se inicia ainda na faculdade em laboratório de criação, onde precisava desenvolver uma poética pessoal, sendo assim elaborei uma série de desenhos onde envolvia os prédios representando a sociedade capitalista e as árvores representando a natureza.
Partindo dessas ideias foram surgindo vários trabalhos com essa concepção e nesse, brinco com o Bidimensional e o Tridimensional, pois o desenho na parede se torna real saindo da parede nas duas extremidades. Centro Permanente de Exposições Professor José Ismael. (Tinta esmalte, spray, galho, atadura gessada e braçadeira de ferro).
Painel desenvolvido no projeto E&I (Encontro & Intervenções) da Secretaria de Cultura. Trata-se de um painel surreal onde o desenho sai do painel passa pela parede e termina no chão. Exposição coletiva de um ano do projeto (2012). (Esmalte sintético e spray).

Outra linguagem que penso ser muito importante é a fotografia, dentre elas a busca por detalhes com olhar de turista. “Exposição Meu Olhar pela Europa”.


O Artista fez uma viagem para o Perú no começo deste ano e sofreu um acidente, sendo ele o brasileiro que ficou perdido durante alguns dias, e desta aventura surgiu muita Arte e renovação, com a intenção de produzir uma Exposição Fotográfica sobre o tema, mas ainda sem data para que a mesma ocorra, Claudinei disponibiliza suas fotografias em seu facebook (https://www.facebook.com/moteniroguimaraes?fref=ts). Para maiores informações de seu trabalho, pode verificar pelo facebook indicado acima.

A Equipe 'Arte da Quinta' agradece a sua contribuição para nossa proposta de investigação do processo criativo de sua Arte!

Quando percebeu que estava criando?

Explicaremos melhor esta pergunta...
Durante uma de nossas aulas fomos tomados pela questão em si: "Quando percebeu que estava criando?" e desde então começamos este processo investigativo.
Deste modo, esta publicação se destina a abrir um espaço para que você, caro leitor, possa nos contar quando se sentiu criando, pode ser relacionado as Artes ou outros interesses que te motivem.
Caso queira divulgar alguma imagem ou link de sua produção, fique a vontade.
E-mail para enviar suas produções: artedaquinta@gmail.com


"o processo de criação do artista é uma atividade lúdica e só nela o homem é verdadeiramente livre, pois ele próprio determina suas regras" Schiller

É interessante refletirmos o criar, porque percebemos que ele vai se manifestando de diferentes formas nas pessoas... quando dizemos criando, estamos nos referindo a qualquer tipo de ação... pode ser aquele trabalho super criativo que você fez, aquele poema que escreveu, um desenho no caderno enquanto assitia uma aula e não estava entendendo nada ou aquela pintura que você fez!!!

Nossa pequena floresta...

Trabalho produzido pelo grupo.
Materiais: Nanquim, canudo e ar, numa folha A3.
Depois de estudar e desenvolver algumas técnicas com Nanquim, está foi a nossa grande surpresa. Como podíamos pensar que a partir de uma gota formaríamos uma floresta. Que tipo de controle temos com nossas produções, temos controle? O que nos move, o que nos pulsa, o que nos influencia?
Somos processo, vamos, voltamos, retornamos, nos guiamos, nos perdemos e acabamos em algum lugar, perdidos?
Quando se trata de Arte, sempre nos achamos?  No final, criamos e nos surpreendemos, porque não saber onde chegar é mesmo assim chegar em algum lugar.